segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Medo do Poder

O célebre antropólogo Mircea Eliade nos diz que o homem comum que acredita na manipulação de forças superiores normalmente tenta estabelecer contato com o mundo mágico-religioso - através de rituais, práticas e técnicas geralmente elementares e limitadas - apenas na medida necessária para angariar o poder suficiente para atender suas próprias necessidades pessoais (fartura nas colheitas, proteção contra mau-olhado, etc), SEM a idéia de tornar-se realmente um curandeiro ou bruxo, via um acúmulo ou aumento significativo desse poder, visto o temor de ser obrigado a renunciar a seu status sócio-religioso e ter que se transformar num instrumento mais ou menos maleável à uma manifestação qualquer do Sagrado (deus, espírito, ancestral, etc.). Ou ainda, mais do que pelo medo da carga ou do peso do poder, pelo temor de PERDER alguma coisa que estima (sanidade mental, aceitação social, correção política, etc), acrescento eu. Na verdade, são pessoas que no fundo não querem mudar nada realmente, mas que desejam apenas aumentar seu pequeno arsenal "mágico-religioso", para coisinhas do dia-a-dia, sem o risco de perder a alma ou o juízo... Contudo, Castaneda alude especificamente à essa renúncia a uma condição socialmente estável, como requisito essencial para obtenção de poder. Dizendo, por exemplo - via o bruxo Don Juan - que a única regra fixa da bruxaria é o contínuo acúmulo de poder, mesmo que às custas da perda de valores sociais e do status de homem "normal". Porém, como visto acima, parece que na medida em que a constatação de pequenos sucessos nesta área começa a apontar para uma transformação pessoal, o homem começa a se defrontar com o medo de atravessar algum limite do qual não possa retornar depois. Acredito que seja aí nesse limite, então - seja no caso da bruxaria, da mediunidade ou das demiurgias em geral - que termina o simples desejo, e começa a vocação. E que quem pensa muito na aceitabilidade social e na correção política da bruxaria não vira bruxo jamais. Bene Bene Cohen

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

QUEM ESTÁ NO COMANDO?


            A Reencarnação nos ensina o que é estarmos aqui encarnados, qual a finalidade disso, qual a nossa ao reencarnarmos, como podemos aproveitar realmente uma encarnação, o que é evolução espiritual e como atingir essa meta. Uma terapia baseada na Reencarnação, como é a Psicoterapia Reencarnacionista, visa nos ensina a nos libertarmos do nosso Ego, do “nosso” prazer, do “nosso” lazer, da “nossa” noite, do “nosso” fim-de-semana, das “nossas” férias, dos “nossos” problemas, dos nossos “conflitos”, dos “nossos” dramas, e nos endereçarmos para o trabalho social, para o trabalho espiritual, para a ajuda aos mais necessitados, aos mais carentes, aos mais infelizes. Ela quer nos ensinar a abrirmos mão do nosso tempo e estendermos a mão para nossos irmãos, como nos desligarmos do nosso umbigo, como sairmos do egocentrismo do prazer e do lazer ou do egocentrismo sofredor e subirmos para o nosso coração, para aprendermos a amar realmente e a nos libertarmos de nós mesmos, como nos ensinaram e ensinam os grandes líderes espirituais e sociais de todos os tempos.
A Psicoterapia Reencarnacionista lida com o Raciocínio e o Contra-Raciocínio, o primeiro sendo a história dessa vida apenas, da nossa persona, e o segundo, a história do nosso espírito. A partir desse entendimento, essa terapia quer nos auxiliar em nossa evolução espiritual, na nossa busca de purificação, a nos recordarmos que somos espíritos aqui encarnados, novamente, de passagem, que devemos aproveitar essa atual encarnação no sentido de retornarmos ao Mundo Espiritual com mais evolução espiritual do que quando aqui chegamos, mais educados, mais gentis, mais amorosos, mais limpos, mais puros.
O uso de cigarro, de bebidas alcoólicas, de cannabis, de cocaína, de crack, etc., umas incentivadas explicitamente e outras disfarçadamente pela nossa sociedade materialista, baseada no passa-o-tempo, na falta de sentido para a vida, pode ter explicações e causas mais profundas do que têm sido comumente analisadas:

1. Pode ser uma atitude decorrente do esquecimento da nossa natureza espiritual, numa fixação em nosso próprio umbigo, em nosso egocentrismo
2. Pode ser conseqüência de traumas de encarnações passadas somando-se a circunstâncias da infância ou da vida atual
3. Pode ser a repetição de um padrão anteriormente praticado em encarnações passadas
4. Pode dever-se a estímulos subliminares de uma sociedade materialista e imediatista, baseada em consumismo e falsos valores
5. Pode ser um excesso de sensibilidade de Espíritos com dificuldade com a vida terrena
6. Pode ser reforçada pela existência de influências espirituais inferiores.

A Psicoterapia Reencarnacionista quer nos ensinar a mudar o foco da história ilusória da nossa persona (Raciocínio) para a história real do nosso Espírito (Contra-Raciocínio) para que possamos passar o comando da nossa vida ao nosso Eu Superior e aos nossos Mentores Espirituais, representantes mais próximos da Perfeição Divina. Ela quer ensinar o nosso Ego a perceber o benefício de abrir mão do comando e passar essa tarefa para quem realmente tem poder e capacidade para isso.
A maioria das pessoas usuárias dessas substâncias é boa de coração, bem intencionadas, dignas e honestas, mas muitas vezes não percebem a relação entre essas práticas e o egoísmo, no sentido de estarem sob o comando do seu Ego, por não perceberem que o nosso Ego é muito egoísta e, portanto, voltado mais para si do que para os outros. Esse comando pode turvar a nossa visão a ponto de esquecermos que somos espíritos reencarnados em busca de evolução espiritual, ou se lembramos disso, não sabermos o que fazer com essa informação.
Estamos aqui para nos limparmos em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nossas atitudes, em nossas palavras e em nosso corpo físico. A Psicoterapia Reencarnacionista quer nos ajudar a ficarmos cada vez mais limpos e puros. O comando do nosso Ego traz consigo uma leitura limitada, pois terrena, da nossa infância, por não perceber que a nossa infância é co-criada pelo nosso espírito, baseada nas Leis da Necessidade, da Finalidade e do Merecimento. O Ego no comando nos envia mensagens de mágoa, de raiva, de sentimentos de rejeição, de insegurança, de altos ou baixos conceitos a respeito de nós mesmos, de crítica, de julgamento, de “aproveitar a vida”, de “divertir-se”, de “rebeldia”, o que, por ser uma mensagem e um desejo do nosso Ego, sinaliza uma atitude ainda inferior, ainda de baixa evolução espiritual, um baixo aproveitamento de nossas superioridades, esquecidas e mascaradas em uma sociedade superficial, consumista e competitiva que incentiva isso.
A Psicoterapia Reencarnacionista pode ajudar as pessoas ainda muito fixadas em si, a alcançarem níveis mais elevados de sua espiritualização e utilizarem melhor seus atributos superiores espirituais de amor, de doação e de caridade.
A sociedade humana, ainda em um estágio inferior de desenvolvimento, sob a hegemonia dos nossos 3 chakras inferiores (visão terrena, sexualidade e Ego), mostra aos nossos cinco sentidos o que os orientais chamam de Maya, a Ilusão, na qual praticamente todos nós mergulhamos, só percebendo a Verdade após o nosso desencarne, ao retornarmos para nossa Casa, no Mundo Espiritual, onde vão desativando-se os nossos chakras inferiores e ativando-se os chakras superiores, e onde vamos, então, percebendo o nosso erro, o nosso engano, o nosso egoísmo, ficando a correção para a nossa próxima encarnação.
Podemos colocar o nosso Ego a serviço do nosso Eu Superior, mas para isso é necessário não dedicarmos o nosso tempo demais conosco mesmos, não desperdiçarmos os nossos dias e noites com atividades egocêntricas, em buscas infantis de auto-satisfação, de leviandade, de irresponsabilidade, numa atitude de desrespeito com o nosso Espírito.
A informação dos Seres Espirituais é de que, depois da “morte”, mais de 90% de nós retorna ao Plano Astral sentindo-se profundamente frustrados, arrependidos e envergonhados conosco mesmos, quanto ao nosso aproveitamento dessa atual passagem, uma parte sendo resgatados do Umbral e outra parte conseguindo lá chegar sem passar por essa zona, mas necessitando de atendimento em hospitais do Astral. Ajudar a diminuir essa porcentagem é uma das finalidades da Psicoterapia Reencarnacionista, a Terapia da Reforma Íntima, a terapia do real aproveitamento da encarnação.
As frases mais ouvidas nos nossos retornos, lá em cima, são: “Ah, se eu soubesse...”, “Ah, se eu lembrasse...” e “Não te preocupes, tu terás uma nova oportunidade.”. A Psicoterapia Reencarnacionista quer recordar a todos nós de que já estamos na nova oportunidade, que devemos aprender a nos libertar dos nossos Egos, elevarmos a nossa freqüência vibratória e a nos purificarmos.
Podemos perceber o nosso grau de egoísmo contabilizando quantas vezes falamos, pensamos e agimos em prol de nós mesmos, dos nossos desejos, nossas satisfações, nosso prazer, nosso lazer. Vivermos para o bem comum, colocarmos as necessidades dos outros acima das nossas é a mensagem dos grandes Mestres Espirituais.
     Por nos esquecermos da nossa condição de espíritos encarnados e nos perdermos nas ilusões da vida terrena, muitos de nós caímos na visão míope ou na cegueira total de um império de muletas, estímulos e fugas, sejam as permitidas pelos governos, como o cigarro e a bebida alcoólica, sejam as proibidas, como a cannabis, a cocaína, o crack e outras, nos mantendo prisioneiros do nosso umbigo, nos afastando do nosso coração, mantendo-nos na teoria, dificultando um trabalho pró-ativo e disciplinado de seguir os ensinamentos de Jesus, de São Francisco de Assis, de Buda, de Gandhi, de Teresa de Calcutá, de Ramatis, de Chico Xavier e tantos outros Mestres, que nos ensinam e nos pedem para vivermos para os outros, dedicando a nossa vida para o bem comum.



Mironga para problemas afetivos



       Mironga é como chamamos o feitiço de preto-velho, a mandinga de negro em favor aos filhos que o procuram. Aqui vão algumas mirongas que essa nega véia tem a ensinar para resolver as dificuldades do coração. Leia tudo com muita atenção e principalmente, aplique isso no seu dia-dia. Grande é a força dessas pequenas dicas…
1 – Aprenda a viver sozinho. Caso você não consiga nem viver consigo mesmo, como poderá levar felicidade e alegria para outra pessoa? Primeiro relacione-se com seu eu interior. Depois busque alguém.
2 – Assuma a responsabilidade pelo seu relacionamento. Não é magia, inveja, ciúmes de terceiros, etc, que irá separar aquilo que o amor uniu.
3 – É claro que também nenhuma simpatia, reza ou trabalho irá unir ou “amarrar” aquilo que a falta de carinho desuniu.
4 – Simplificando: quem procura as coisas ocultas para resolver problemas sentimentais é imaturo. Ruim do juízo e doente do coração.
5 – Desapegue-se! Ser humano é um bicho apegado. O único problema é: o amor é um sentimento livre. Um eterno querer bem. Um carinho incondicional. Quase um sentimento de devoção. Se você “gosta” tanto de alguém, que prefere ele “morto” do que feliz com outra pessoa, escute: Isso não é amor! Simples ilusão disfarçada…
6 – Aprenda que ninguém irá te completar. Você já é completo! Mas quando um relacionamento é calcado no mais puro amor, muito do amado vive no amante, e muito do amante pra sempre viverá no amado. Quer milagre maior que esse?
7 – Melhor sozinho do que mal acompanhado! Sabedoria popular, mas o que têm de doutor e doutora que não consegue entender isso.
8 – Ponha o pé no chão e esqueça essa história de alma gêmea. Pare de enfeitar suas próprias desilusões com devaneios ditos espiritualistas. Encare a realidade de frente.
9 – A vida vai passando, com ele/a, ou sem ele/a. E a morte se aproximando…
10 – Por isso, vão viver a vida meus filhos! Quem sabe ela não está guardando um presente para vocês? Não existe mironga maior que essa…

Vó Dita – 11/02/07 (Recebida por Fernando Sepe)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O verdadeiro Mago Branco


A grande magia é a arte de ser útil àquelas vagas sutis que estimulam o progresso de todos os seres. Ser canal consciente das ondas de amor que interpenetram a vida. Ser parceiro da luz na consecução dos valores verdadeiros. O mago verdadeiro é súdito do amor e parceiro da natureza. Trabalha com seus elementos como quem pede passagem para algo sagrado. Sabe que os seus movimentos são observados no seio do invisível. Ao entrar em relação com seus elementos invisíveis, ele sabe que, além das coisas físicas que podem servir de receptáculo às energias do Astral, o seu próprio coração é o principal conversor e receptáculo das forças vitais. Ele sabe que o grande potencial está em si mesmo, pois é um ser de luz, é divino e eterno, e carrega o potencial das estrelas no brilho de seus olhos. O mago verdadeiro jamais assalta os poderes da natureza. Ele a respeita profundamente. Por isso, não força a barra, somente age com elegância e educação no trato com o Invisível que rodeia os seres vivos. Quando ele vê algum mal feito na intenção de alguém, realizado por alguém sem ética na jornada espiritual, e que usou as forças cegas da natureza para isso, simplesmente ele mergulha na prece e roga aos poderes celestes que transformem tal ação indigna em aprendizado por parte de quem remeteu o mal para outro. Como a natureza é simpática a ele, pelo seu respeito e generosidade, atende o seu pedido e envia os seus guardiões astrais para os devidos ajustes energéticos com os violadores psíquicos que usaram as energias para o malefício. O mago verdadeiro é simples e alegre. Os espíritos da natureza o adoram! Por onde ele vai, um séqüito desses seres o acompanha. Eles gostam de sua aura jovial. Eles sabem que a Luz é sua parceira incondicional. O mago verdadeiro é igual a um sol. E por onde ele vai, a grande magia acontece: "O Amor floresce nos caminhos, dos homens e dos espíritos." (Estes escritos são dedicados ao mestre Phillipe de Lyon, um dos grandes taumaturgos do Cristo, e que era um mago verdadeiro na cura e transformação dos homens.)  texto sob a inspiração espiritual do mestre Omraam Mikhael Aivanhov. ( Wagner Borges - São Paulo), 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O função da Psicoterapia Reencarnacionista


Existe até hoje apenas um tipo de Psicoterapia, que é seguida por todas as Escolas psicoterápicas, desde as mais ortodoxas até as mais recentes: a psicoterapia dos sentimentos. Há séculos todos nós temos utilizado esse paradigma, o de tratar os sentimentos das pessoas que nos procuram no consultório. O que tem nos importado é os seus sentimentos, é o nosso foco, onde colocamos a nossa atenção, o que desejamos que melhorem.
Estamos sempre tentando ajudar as pessoas a melhorarem os seus sentimentos, amenizarem as suas dores, as suas mágoas, os seus sentimentos de rejeição, as suas raivas, as suas críticas, na esperança, de que, quem sabe, com anos e anos de terapia, com sessões e mais sessões, elas evoluam para um patamar mais elevado de sentimentos, libertem-se, voem para um lugar onde o ar seja mais puro, o panorama mais belo e o horizonte mais amplo.
E, realmente, com as terapias, diversas e diversificadas, ortodoxas ou “modernas”, oficiais ou alternativas, muitas pessoas melhoram os seus sentimentos, muitas perdoam seus algozes, uma grande parte consegue amenizar os seus sofrimentos emocionais. E após anos de terapia, dezenas de sessões, os sobreviventes podem afirmar que estão melhores, que amenizaram a sua vida, que acalmaram os seus sentimentos subterrâneos ou vulcônicos, que sentem-se melhores, que convivem melhor com os demais, até com os causadores dos seus males, que estão vivendo de uma maneira bem mais satisfatória, trabalhando melhor, sentindo-se mais leves e felizes. E a nossa missão, a dos psicoterapeutas, vai-se realizando, e seguindo o nosso trabalho sentindo que estamos fazendo o possível, e em muitos casos, estamos conseguindo.
Mas nesse tempo todo temos fracassado nessa nossa boa intenção de realmente curar as pessoas de suas feridas, e nos curarmos das nossas, por um motivo muito simples: a história de vida que elas nos contam e a nossa própria história de vida não é a história verdadeira, ela é a história aparente criada por uma estrutura muito superficial da nossa personalidade: a nossa persona. Pois a persona, desde a infância, lê as coisas, vê a realidade à sua volta da maneira como consegue, como é capaz, com a visão superficial característica de sua própria superficialidade, e que parece real, mas não é. A persona é uma ilusão que criamos a nosso respeito e a sua história é, então, a ilusão da ilusão. E essa história ilusória é a que acreditamos e ela mimetiza-se em nossos sentimentos e, quando vamos realizar um tratamento psicoterápico, é essa história que contamos para nosso terapeuta que, por também acreditar na sua própria história ilusória, acredita na nossa e resolvemos então em conjunto melhorarmos os sentimentos que vêm junto com ela, e às vezes conseguimos, às vezes não, ou seja, temos sucesso ou fracassamos.
Mas, mesmo quando temos sucesso e os sentimentos amenizam, acalmam-se, suavizam-se, todos fracassamos no principal, pois a história ilusória permanece a mesma, e ela arrasta-se a vida toda, até que um dia morremos, desencarnamos, subimos para o Mundo Espiritual e lá em cima, gradativamente, vamos recordando a nossa história verdadeira e ela sempre é bem diferente daquela que acreditávamos... Pois a história verdadeira é a história do nosso Espírito e passamos uma vida toda acreditando numa história, a da nossa persona, que parecia tão real, tão coerente, mas que era, na verdade, uma casca apenas superficial, aparente, de uma história bem mais profunda, bem mais antiga, a verdadeira, a que escondia-se por trás do que chamamos de “as ilusões dos rótulos das cascas”.
Com o retorno da Reencarnação à memória de mais e mais, e cada vez mais, pessoas aqui no lado ocidental do nosso planeta, o que antes parecia ser apenas um conceito religioso, com a chegada da Psicoterapia Reencarnacionista, adentra o consultório dos terapeutas e revela-se um assunto psicoterápico. Com o ingresso da Reencarnação no consultório, as histórias das personas começam a ser questionadas e mesmo que seja extremamente difícil sabermos a nossa história verdadeira e das pessoas que vêm buscar esse tipo de tratamento, uma coisa sabemos: aquelas histórias, recheadas de mágoa, de sentimento de rejeição, de raiva, de crítica, de indignação, não são as histórias verdadeiras do Espírito daquelas personas, e da nossa persona, são as histórias que foram lidas dessa maneira, desde a infância, seguiram sendo lidas nas adolescências, na vida adulta e na imensa maioria dos casos até a velhice chegar e até a hora da morte.
E então, o nosso Espírito sai do nosso corpo falido, sobe para o Mundo Espiritual e lá, aos poucos, vai libertando-se dos seus rótulos e consequentemente de sua persona e, na medida que isso vai acontecendo, vamos percebendo que passamos uma vida toda acreditando em algo, em uma visão da nossa vida, em uma história que, agora, começa a diluir-se, até desaparecer por completo! Aqui embaixo éramos o filho ou a filha de alguém, o pai ou a mãe de alguém, tínhamos um nome e um sobrenome, tínhamos um gênero sexual, pertencíamos a uma raça, tínhamos uma cor de pele, uma nacionalidade, e aos poucos, no Mundo Espiritual, vamos deixando de ser tudo isso, vamos perdendo os nossos rótulos, como se fôssemos nos descascando, descascando, e o que vai surgindo? Uma Essência, uma estrutura energética, que aqui na Terra tem sido chamada de Espírito, e que é nós mesmos, o nosso aspecto verdadeiro, onde podemos encontrar a nossa história verdadeira, bem diferente daquela história que passamos décadas acreditando, tão certinha e coerente, que contávamos para as pessoas, para os nossos terapeutas, e nós acreditávamos nela, e todos acreditavam nela, pois todas as pessoas passam toda a sua encarnação acreditando em suas histórias, sem perceber que são as histórias criadas pelas nossas personas e as nossas personas são cascas temporárias, de rótulos temporários, e que um dia sucumbem e deixam vir à tona, aos poucos, lá em cima, no local da libertação, a história verdadeira.
Deixemos um pouco de lado a teoria e vamos à prática. Agregando a Reencarnação à psicoterapia devemos analisar as nossas mazelas, dramas, sofrimentos, como surgindo a partir da nossa infância ou devemos pensar por que precisamos dessa infância? Ou seja, enxergar a infância como o começo da vida, o início das coisas, o surgimento dos sentimentos, o início da nossa história ou, sabendo que ela é a continuação da nossa vida aqui na Terra, interrompida ao final da encarnação anterior, é então uma estrutura kármica co-criada por nós e pelo Todo (que chamam aqui na Terra de Deus), baseada nas Leis Divinas da Necessidade, da Finalidade e do Merecimento, e consequentemente a história que surge a partir dela é invariavelmente uma história muito antiga, que jaz escondida dentro do nosso Inconsciente, e que a sabedoria do Dr. Freud intuiu que deveria ser aberto e estudado, mas não foi seguido por seus seguidores e começa, agora, a ser seguido por nós, chamados de “alternativos”, “esotéricos” e outros adjetivos não tão simpáticos, que, simplesmente, resolvemos obedecer ao Mestre vienense?
Indo mais fundo na concepção prática disso: eu sou o Mauro Kwitko ou estou dentro dele? Eu sou e estou, mas o “estou” é verdadeiro e o “sou” é ilusório. O Mauro Kwitko tem a sua história, mas Eu, que estou dentro dele, tenho a minha, que é também dele, só que ele não lembra. O Mauro Kwitko é homem, branco, gaúcho, brasileiro, filho de judeus de origem russa, mas Eu sou isso, ou estou isso? A história do Mauro Eu sei, mas ele não lembra da minha, que é sua. Até uma certa fase da sua vida, o Mauro Kwitko acreditava na sua história e ela era permeada de mágoa, de sentimento de rejeição, de crítica, de impaciência, e essa era a história que contava para si mesmo, em seus pensamentos, e para outras pessoas e para terapeutas que, eventualmente, consultava, na esperança de melhorar os seus sentimentos, a sua vida. E às vezes efetivamente melhorava, às vezes piorava, às vezes saía do buraco, às vezes voltava, como todo mundo.
Havia algo que impedia uma melhora real, uma sensação de libertação, um fim daquilo tudo, um alívio! E isso não acontecia, os sentimentos melhoravam e pioravam, mas a sua história permanecia sempre a mesma, e o Mauro Kwitko acreditava piamente nela, todos acreditavam nela, ela era real, era a sua história, a sua infância havia sido assim, seu pai, sua mãe, outras pessoas, tudo era assim, não havia dúvida, aliás nunca questionara-se a respeito disso, e nunca nenhum psicoterapeuta lhe questionara a esse respeito.
Quando o Mauro Kwitko começou a estudar e trabalhar com a Reencarnação em seu consultório, e escutar histórias de encarnações das pessoas sob relaxamento, e percebendo que em todas as encarnações as pessoas acreditavam naquelas suas histórias, e na sua história atual, e magoavam-se, sentiam-se rejeitadas, tinham raiva, indignavam-se, impacientavam-se, irritavam-se, criticavam, e passavam toda uma encarnação assim, e quando morria a sua casca e subiam para o Mundo Espiritual, e começavam a libertar-se de todos aqueles rótulos e a relembrar que aquela infância, aquele pai, aquela mãe, as coisas que haviam acontecido em sua vida na Terra pertenciam ao tecido do seu destino, haviam sido situações, vivências, experiências, que seu Espírito havia “pedido”, pois necessitava, para testar-se, para crescer, para evoluir, e que havia fracassado, a história antes tão real começava a sucumbir e a história verdadeira começava a ressurgir em sua mente.
Depois de 15 anos escutando histórias de vida de milhares de pessoas no meu consultório e escutando, durante as regressões, outras histórias de outras vidas suas, e as suas vivências no Mundo Espiritual, a Psicoterapia Reencarnacionista, a Reencarnação no consultório psicoterápico, adquiriu a sua forma atual, a sua forma profunda e transformadora de ser a Psicoterapia do pensamento, que quer mostrar para as pessoas que a sua história de vida, aquela na qual sempre acreditou, e todos acreditam, nada mais é que uma história temporária, provisória, de uma estrutura também temporária e provisória, a história da sua persona, onde reside o Ego, que lê essa sua vida apenas desde a infância e acredita que ela é real, mas é apenas um pequeníssimo fragmento de uma história muitíssimo mais antiga, mais profunda: a história de Si mesmo.
Estou convencido de duas coisas: é impossível a cura verdadeira de um sentimento que está alinhado a uma história ilusória e que é facílimo a cura de qualquer sentimento se conseguirmos ajudar as pessoas a libertarem-se de sua história temporária, da sua persona, do seu Ego, e encontrarem a sua história verdadeira, da sua Essência. Devemos deixar os nossos sentimentos, e das pessoas que tratamos, um pouquinho de lado e atentarmos para o pensamento, para a história, pois é aí que o sentimento pode ser realmente curado. A história ilusória mantém aprisionado o sentimento, enquanto que libertar-se dela e encontrar a nossa história verdadeira elimina, gradativamente, o sentimento, pelo entendimento que advém dela. Uma coisa é pensarmos que sentimos mágoa pelo que nosso pai ou nossa mãe nos fez, outra coisa é descobrirmos que nosso Espírito “pediu” aquele pai ou aquela mãe para tentar curar uma antiga mágoa, centenária ou milenar, e que para encontrá-la necessitava de coadjuvantes em sua trajetória, comumente chamados de “vilões”, para que aflorasse de dentro de si, e que muito provavelmente em encarnações passadas havia feito a mesma coisa, ou pior, para aqueles Espíritos ou outros, e que agora a Sabedoria Universal lhe presenteava com o que se chama de Retorno, a oportunidade do resgate e da cura.
E essa é a meta e a finalidade da Psicoterapia Reencarnacionista, ajudar as pessoas, através das conversas e das regressões comandadas pelos seus Mentores, como se fosse o Telão do Mundo Espiritual, a entenderem para o que reencarnaram, porque criaram aquela infância, porque “pediram” para vir homem ou mulher, rico ou pobre, o filho mais velho, o 2º, o 3º, ou o caçula, por que precisaram daquele pai, daquela mãe, encarnar naquele país, naquela raça, naquela cor de pele, naquela religião familiar, e por que tudo o que acontece em nossa vida é o que nosso Espírito anseia e necessita, para que, usando do livre arbítrio, possa fazer uma de duas coisas: acertar ou errar.
A Psicoterapia Reencarnacionista é uma nova maneira de encarar e tratar as nossas mazelas, não como as antigas psicoterapias dos sentimentos e, sim, como uma novísssima psicoterapia: a do pensamento. Questionar as histórias das personas, fazê-las desmoronar através dos questionamentos que a Reencarnação trás consigo, e ajudar as pessoas a encontrarem a sua história verdadeira, a da sua Essência, é o modus operandi dessa terapia espiritual, a terapia da libertação, aqui na Terra, para quando chegarmos lá em cima, de volta para nossa Casa, não nos assustemos e nos envergonhemos quando nos mostrarem o Telão.
Mauro Kwitko.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

QUE É OBSESSÃO?

A INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS NOS ACONTECIMENTOS DA VIDA NA TERRA
Exercem essa influência por outra forma que não apenas pelos pensamentos que sugerem, isto é, têm ação direta sobre o cumprimento das coisas. Mas nunca atuam fora das leis da Natureza. Imaginamos erradamente que aos Espíritos só caiba manifestar sua ação por fenômenos extraordinários. Quiséramos que nos viessem auxiliar por meio de milagres e os figuramos sempre armados de uma varinha mágica. Por não ser assim é que oculta nos parece a intervenção que têm nas coisas deste mundo e muito natural o que se executa com o concurso deles. Assim é que, provocado, por exemplo, o encontro de duas pessoas, que suporão encontrar-se por acaso; inspirando a alguém a idéia de passar por determinado lugar; chamando-lhe a atenção para certo ponto, se disso resulta o que tenham em vista, eles obram de tal maneira que o homem, crente de que obedece a um impulso próprio, conserva sempre o seu livre-arbítrio. - [9a p.267 q.525] É exato que os Espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis da Natureza, não para as derrogar, fazendo que, em dado momento, ocorra um sucesso inesperado e em contrário àquelas leis. Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. No exemplo, a escada se quebrou porque se achava podre, ou por não ser bastante forte para suportar o peso do homem. Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspiraram a idéia de subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre. - [9a p.268 q.526] Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural: Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Dá-se o mesmo que o exemplo anterior. O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a idéia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem. - [9a p.268 q.527] No caso de uma pessoa mal intencionada disparar sobre outra um projétil que apenas lhe passe perto sem a atingir, se o indivíduo alvejado não tem que perecer desse modo, o Espírito bondoso lhe inspirará a idéia de se desviar, ou então poderá ofuscar o que empunha a arma, de sorte a fazê-lo apontar mal, porquanto, uma vez disparada a arma, o projétil segue linha que tem de percorrer. - [9a p.269 q.528] Muitas vezes os Espíritos reconhecem a injustiça com que procederam e o mal que causaram e extingue-se-lhes com a vida corpórea a malevolência do mal que fizeram na Terra. Mas, também, não é raro que continuem a perseguir-vos, cheios de animosidade, se Deus o permitir, por ainda vos experimentar. Pode-se pôr termo a isso, orando por eles e lhes retribuindo o mal com o bem, acabarão compreendendo a injustiça do proceder deles. Demais, se souberdes colocar-vos acima de suas maquinações, deixar-vos-ão, por verificarem que nada lucram. A experiência demonstra que alguns Espíritos continuam em outra existência a exercer as vinganças que vinham tomando e que assim, cedo ou tarde, o homem paga o mal que tenha feito a outrem. - [9a p.270 q.531] Algumas vezes, como prova, podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas aos que lhes pedem que assim aconteça. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado. São os bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores. Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que concedem são os Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil de o conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona. - [9a p.271 q.533] Em vossa vida, tomam parte as entidades do Além: sem que as vejais, perambulam em vosso meio, atuam em vossos atos, sem que os vossos nervos visuais lhes registrem a presença. Edificante é observarmos o sacrifício de tantos seres evolvidos que se consagram a sagrados labores, no planeta das sombras, quais os da regeneração de individualidades obcecadas no mal, operando abnegadamente a serviço da redenção de todas as almas, atirando-se com destemor a tarefas penosas, cheios de renúncia santificadora. - [71 pág. 48] - Emmanuel - 1938

QUE É APOMETRIA?




O termo Apometria vem do grego Apó - preposição que significa além de, fora de, e Metron - relativo a medida. Representa o clássico desdobramento entre o corpo físico e os corpos espirituais do ser humano. Não é propriamente mediunismo, é apenas uma técnica de separação desses componentes.
A Apometria é uma técnica de desdobramento que pode ser aplicada em todas as criaturas, não importando a saúde, a idade, o estado de sanidade mental e a resistência oferecida. É um método geral, fácil de ser utilizado por pessoas devidamente habilitadas e dirigentes capazes. Apresenta sempre resultado eficaz em todos os pacientes, mesmo nos oligofrênicos profundos sem nenhuma possibilidade de compreensão.
O êxito da Apometria reside na utilização da faculdade mediúnica para entrarmos em contato com o mundo espiritual da maneira mais fácil e objetiva, sempre que quisermos. Embora não sendo propriamente uma técnica mediúnica, pode ser aplicada como tal, toda vez que desejarmos entrar em contato com o mundo espiritual.
Maiores detalhes entrar no link: http://www.geocities.com/Vienna/Strasse/5774/
APOMETRIA Conceito:
A Apometria é uma técnica de desdobramento do Agregado Humano – formado pelos corpos Átmico, Búdico, Mental Superior, Mental Inferior, Corpo Astral, Duplo Etérico, Corpo Físico -- e manuseio de energia, composta por 13 leis. Sua ação se faz através do impulso mental de um operador encarnado, movido pela força da vontade. Foi desenvolvida pelo Dr. José Lacerda de Azevedo, em 1965, no Hospital Espírita em Porto Alegre, RS. Segundo Dr. Lacerda, o termo Apometria é composto das palavras gregas “apo” que significa “além de” e “métron” que significa ‘medida’. Designa o desdobramento anímico, bastante estudado por diversos autores clássicos (Espírito Matéria - Novos Horizontes para a Medicina. Palotti, 1988).
Procedimentos Terapêuticos
O conjunto de procedimentos terapêuticos utilizados na Apometria é constituído dos seguintes itens: a) desdobramento, incorporação e tratamento dos corpos; b) abordagem, incorporação e tratamento de espíritos.
A primeira lei da Apometria - Lei do Desdobramento Espiritual - Lei Básica da Apometria.
Sem dúvida nenhuma, a criação da técnica apométrica por Dr. José Lacerda de Azevedo representou o grande marco para a retomada dos estudos, pesquisas e experimentações sobre o psiquismo humano e sua terapêutica. Foi a partir do trabalho fraterno e inteligente do Dr. Lacerda que pudemos desenvolver uma maior compreensão sobre as propriedades do Agregado Humano e a Terapêutica do Desdobramento dos Corpos em Níveis e Subníveis e também tratar e compreender com maior profundidade as Personalidades Múltiplas e Subpersonalidades, velhas conhecidas de alguns psiquistas, da psicologia e da Doutrina Espírita.

A EDUCAÇÃO DO MÉDIUM

REVISTA ESPIRITISMO E CIÊNCIA Especial: MEDIUNIDADE (13) Pg. 12 encarte sobre mediunidade. A EDUCAÇÃO DO MÉDIUM
"A educação da mediunidade é um trabalho que começa antes da reencarnação, continua na encarnação e prossegue na vida após o desencarne. Mas enquanto está nesta dimensão, o médium tem como necessidade primeira evangelizar a si mesmo". – AluneyElferr Haverá um tempo previsto para a educação do médium? Tempo não há, pois a mediunidade é trabalho para muitas reencarnações na existência do Espírito. Na verdade, esta faculdade, em suas mais variadas ramificações, está presente em todos os homens. Todavia, é após o desabrochar na existência atual que o trabalho se efetiva com mais intensidade e, a partir daí, não deve mais parar ou estacionar, sob a possibilidade de um recomeço muito mais árduo e penoso. Sabemos que a faculdade, estando presente em nós, deve eclodir sozinha, mas isso não quer dizer que não possamos trabalhar na modelação de nosso Espírito por meio das atividades evangelizadoras, na doação fraternal de atendimento aos irmãos necessitados. Identificados os sintomas que caracterizam a faculdade mediúnica, cabe ao sensitivo o dever de educá-la. Somente ele é capaz de se qualificar nessa condição; nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade. Mesmo sabendo que a mediunidade é uma faculdade originária do Espírito e que se exterioriza através do organismo físico – não apresenta síndromes externas – e mesmo quando algumas destas possam tipificar sua presença, tal conclusão jamais poderá ser infalível. Propiciando a interferência dos desencarnados na vida humana, a princípio, a mediunidade gera estados particulares na emotividade, porque mais facilmente se registram a presença e o envolvimento de seres negativos ou perniciosos; a irradiação das suas energias produz esse estados anômalos, desagradáveis, que podem ser confundidos com problemas patológicos. Porém, o sensitivo é constantemente chamado para a observação destas manifestações consigo mesmo, por surgirem em momentos menos próprios ou aparentemente sem causas desencadeadoras. O orientador espírita deve ser capaz de convencê-lo de que o exercício correto da mediunidade não oferece perigo algum a quem quer que seja. Se observarmos o livro O Consolador, por Emmanuel, através de Chico Xavier, nas perguntas 387 e 388, poderemos verificar a grande importância que devemos dar a esses mecanismos de elevação que a natureza nos concede: 387 – Qual a maior necessidade do médiuns? - A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. 388 – Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização? - O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais. Em mediunidade, devemos nos submeter-nos aos mesmos princípios. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar (a resposta não está em sua totalidade). Observando bem estas orientações de Emmanuel, vamos ver que o empenho é necessário para o engrandecimento da faculdade, e esse empenho é contínuo na escalada a desempenhar. Mas, ainda assim, poderíamos nos perguntar: o que é educação ou desenvolvimento da mediunidade? Responderíamos: É o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício correto da mediunidade, educação essa que não se prende às quatro paredes do templo espírita. Mas vai além, no envolvimento das orientações basilares do Mestre, quando diz: "Orai e vigiai, no que concerne às nossas imperfeições, como também nossas ações ainda perniciosas. E vai e não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior". Diz respeito a mudança de estrutura mental, vibracional e de ação no bem, pois o Mestre não somente diz que deixemos de praticar o mal, mas que pratiquemos, acima de tudo, o Bem. Principalmente, modificando a condição interpretada por nós do grande Amor – terapia legada por Jesus para todos nós: não fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós. Ao modificar a estrutura negativista desta frase, temos: Faça ao próximo àquilo que queres para ti mesmo. Identificamos nossa verdadeira missão como cristãos em qualquer tarefa, transformando essas tarefas, desde as mais simplórias, em tarefas redentoras pela ação do Amor. A educação da mediunidade é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação, continua nela e prossegue no além-túmulo. Há uma grande necessidade de amparo ao candidato ao mediunismo – na presença de problemas psíquicos, emocionais e físicos – recebendo, na casa espírita, orientação de cunho doutrinário. Antes da entrega do neófito ao exercício mediúnico, é necessário que ocorra uma harmonização espiritual. É importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos. Isso é compreensível, uma vez que a mediunidade propicia a interferência dos desencarnados na vida humana de forma mais próxima. E, geralmente, são seres envolvidos com o mal ou com atos perniciosos, transmitindo assim a irradiação de suas energias, produzindo sensações anômalas, desagradáveis, que perfeitamente podem ser confundidas com problemas patológicos. Tudo isso deve ser bem esclarecido ao irmão que se propõe para a nova tarefa. Segundo Erastos, em O Livro dos Médiuns (cap. XXII, item 236), "Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens". O médium tem, como condição primordial, o estudo, para a busca de compreensão da sua faculdade e do conhecimento da natureza dos espíritos que utilizam sua faculdade mediúnica para um contato mais próximo com os encarnados. O estudo traz ao médium uma condição mais segura de trabalho pois, consciente e entendedor de sua faculdade, ele vai trabalhar colaborando ainda mais com os técnicos espirituais responsáveis pela atividade mediúnica que freqüenta. E, com segurança obtida com o estudo, ele sintoniza melhor com os mentores, como também poderá envolver os comunicantes para que se portem ordenadamente, e não somos muitos que chegam transformando as reuniões em perfeitas confusões. Nesse estudo profundo que o médium deverá realizar em sua caminhada, ele se defrontará com a necessidade de se conhecer, cumprindo-lhe ao mesmo tempo conhecer as qualidades que deve procurar desenvolver em si, assim como os hábitos viciosos e os obstáculos que podem embaraçá-lo no desempenho de sua tarefa. Para uma auto-realização, é necessário o exame permanente de consciência a fim de conhecer sempre, a todo momento, o estado da própria alma. A mediunidade é, sem dúvida, poderoso instrumento que pode se converter em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso; ela não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium liberta-o das influências dos Espíritos inferiores e perversos, que se sentem impossibilitados de maior predomínio. Cada dia, o medianeiro se defrontará com sensações novas e viverá emoções que lhe cabem verificar, de modo que possa treinar o controle pessoal, estabelecendo uma linha demarcatória entre a sua personalidade e as personalidades que o utilizam psiquicamente, até mesmo auxiliando-as nas comunicações. A compreensão das Leis dos Fluidos, isto é, a identificação fluídica entre o médium e o Espírito, constitui fator de altíssima importância para a comunicação harmônica. Se eles são contrários, se essa relação fluídica se repele, a comunicação mediúnica vai se processar com dificuldades, e o médium deve estar ciente disso. Enfim, a educação mediúnica é para toda a existência, pois à medida que o medianeiro se torna mais hábil e aprimorado, melhores requisitos ele tem à sua disposição para a realização do ministério abraçado. Buscando novamente o grande manancial de informações, que é O Livro dos Médiuns, na segunda parte, no capítulo XVII, item 211, Formação dos Médiuns, verificamos: "O escolho da maioria dos médiuns iniciantes é ter relações com Espíritos inferiores, e devem se considerar felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda a sua atenção deve tender a não lhes deixar tomar pé, porque um vez ancorados não é sempre fácil desembaraçar-se deles. É um ponto tão capital, sobretudo no início, que se as preocupações necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades". Na verdade, o empenho do médium em se moralizar deverá fazer parte do processo de sua auto-educação, sintonizando profundamente com as palavras do Cristo: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". Por isso, a meta prioritária é a criatura conhecer a si mesma; é preciso permanente exame de consciência, com o fim de se conhecer sempre, em todos os atos praticados por nós. Conhecendo-nos um pouco mais poderemos, com maior facilidade, nos dedicar sem medos ao exercício. O estudo que visa à identidade dos Espíritos fala bem alto no processo de educação do médium. Nenhuma teoria se concretiza bem sem o exercício, sem o trabalho. Podemos ver isso seguindo a orientação dos Espíritos que auxiliara Kardec na Codificação, em O Livro dos Espíritos, pergunta 625: "Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de guia e modelo?" Jesus, é a resposta. Seguindo esse grandioso modelo, verificamos que seus ensinamentos não viçaram sem o aval de sua exemplificação, traçando a base de suas orientações, que nos norteiam até hoje. Estando a mente vazia, com os pensamentos infelizes à vista, é necessário o trabalho ativo e o preenchimento de nossa mente com coisas edificantes. Assim, é imprescindível enriquecer nosso pensamento, incorporando a ele os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitaram direcionar a luz que é jorrada do mais alto para nós. Em toda a parte, existe a cooperação espiritual com o mundo material. Onde há pensamento, há correntes mentais, e onde há correntes mentais existem associações. E, como sabemos, toda associação é interdependência e influenciação recíproca. Daí, verificamos a necessidade de ter uma vida nobre, trabalho ativo, compreensão fraterna, serviços ao semelhante, respeito à natureza e oração. Tudo isso constitui alguns meios de assimilar os princípios superiores da vida, porque sempre recebemos de acordo com o que damos. E tratando de mudar de ritmo vibracional de nossos pensamentos e, em seguida, de nossos atos, seguramente também vamos sintonizar com maior facilidade os benfeitores que visam ao engrandecimento humano. Voltando à pergunta do livro O Consolador, questão 387: "Qual a maior necessidade do médium?" Resposta: A primeira necessidade do médium é evangelizar-se". Cabe perguntar a nós mesmos o que significa o termo "evangelizar-se". Diz-nos André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, que "é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer a qualidade de nosso trabalho e ajuizar nossa direção". A mediunidade é neutra e não basta por si só. E é ainda André Luiz que nos orienta com bastante clareza no seu livro Nos Domínios da Mediunidade: "Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam". Essa energia viva, que é o pensamento, cria em torno de nós forças sutis, criando centros magnéticos ou ondas vibratórias com as quais emitimos nossas situações e recebemos outras. Abriremos comunicação e envolvimento com núcleos e mentes, com os quais nos colocamos em sintonia através de nossos pensamentos. Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz, na página 129, diz: "A aura é, portanto. A nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa". "Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais". Esclarece ainda, no mesmo livro: "É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico". Podemos verificar que refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos, e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente reforçando o ditato "A raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram", ou seja, essa mesma raiva ficará impregnada em nós, transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório. Plasmamos em torno de nós, através da força do pensamento nessas zonas vibratórias que nos constituem, nosso "eu" verdadeiro, e assim somos conhecidos por todos no mundo espiritual, ligando-nos ao bem ou à ignorância. Envolvemo-nos em uma onda vibratória que modifica nosso tônus de vibração, ligando-nos imediatamente àqueles que conosco comungam os mesmos pensamentos e atos. E, quando dormimos, temporariamente, distanciamo-nos de nossa aparelhagem física, indo ter com os mesmos com os quais nos ligamos mentalmente; aí nos vêm os sonhos temerosos e "pesados", principalmente no que concerne ao sexo, brigas, mortes, etc. Passamos os dias direcionando energias em prazeres ou pensando fortemente em tais prazeres, dessa forma criando-os fluidicamente, manifestando nossas intenções no mundo espiritual. Conclamamos nossos irmãos leitores que revisem o livro A Gênese – capítulo XIV, Os Fluidos, item 13, Criação Fluídica – para, numa análise mais profunda, verificarem a importância de nossos pensamentos nessas criações emanadas de nós mesmos. Lembremos sempre: praticando tanto o bem como o mal, estaremos sempre respirando na mesma faixa, intimamente associados, com as mentes ligadas ao bem ou às trevas. Conforme já sabemos, o Espiritismo não é o "dono da mediunidade"; esta é inerente ao Espiritismo e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso. Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação feita por esse nosso irmão: "Deus ajuda a criatura através das criaturas". E completamos: desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza, e em várias e diferentes condições vibracionais. Entre os Espíritos já desencanados também há médiuns que exercem fraternalmente o labor; facultando que entidades do mais alto, das esferas mais elevadas, possam também trazer palavras de consolo e orientação àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados. A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão por aquele que já se encontra revestido por ela pois, como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, a mediunidade deve sempre ser preenchida pelo amor, pela sintonia, buscando acima de tudo galgar resultados mais profundo. Vemos a medicina ser utilizada por médicos que objetivam simplesmente o ganho. Todavia, dia chegará em que os médicos utilizarão essa faculdade para o bem maior, provocando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana; mais envolvida com o amor conseguirá, enfim, tratar do ser como um todo e não simplesmente como um corpo. A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transforma-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras. Independentemente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos Espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral. Sabemos que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos Espíritos e, na seara do Cristo, há muitas mediunidades. E ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes. Se por enquanto não temos em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo aí estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos.

Sérgio Filipe de OliveiraMÉDICO PSIQUIATRA INVESTIGA MEDIUNIDADE

Sérgio Felipe de Oliveira é médico. Licenciado pela Universidade de São Paulo (USP), é Doutor em Ciências pela USP, director clínico do Pineal-Mind Instituto de Saúde de São Paulo. Além disso, actua nas áreas de Psiquiatria e Clínica Médica. É ainda coordenador e professor responsável do Curso de Pós-Graduação Latu-Sensu de Psiquiatria Transpessoal, disponibilizado pela Universidade de São Paulo (USP). Presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo, aqui fica a entrevista com um dos mais respeitados médicos psiquiatras e investigadores da actualidade.
Nos seus cursos, como introduz às pessoas o estudo da mediunidade?
Sérgio Felipe de Oliveira – De início, é necessário apresentar os conceitos de Universos Paralelos e a Teoria das Supercordas (1), porque essas hipóteses científicas buscam a unificação de todas as forças físicas conhecidas e pressupõem a existência de 11 dimensões, coincidindo com a revelação espírita sobre os diversos planos da vida espiritual. Temos de estudar também outros temas científicos importantes, tais como a energia flutuante quântica do vazio (2), prevista por Einstein e desenvolvida por Paul Dirac, o teorema de Godel (3), e discutir um pouco acerca do tipo de matéria que participa da constituição dos corpos subtis do espírito, e recorremos ainda à área da Psicologia Transpessoal (4). Assim poderemos entender melhor como se produz a comunicação entre os espíritos encarnados e desencarnados.
Como é vista a mediunidade pela medicina?
SFO – O Código Internacional de Doenças (CID) n.º 10 (F 44.3), de certa forma, já o admite. Do mesmo modo que o Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, no capítulo sobre as teorias da Personalidade, quando se refere ao estado de transe e a possessão por espíritos. Carl Gustav Jung, por sua vez, estudou uma médium possuída por espíritos. Enfim, já há total abertura para discutir o tema sob a óptica meramente científica. No contexto fisiológico, o que é a mediunidade?SFO – A mediunidade é uma função de senso-percepçã o. É igual a uma outra qualquer função deste tipo. Para exercê-la é necessário que haja um órgão que capte e outro que interprete. Na nossa hipótese de trabalho, a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade; como um telemóvel, capta as ondas do espectro electromagnético que provêm da dimensão espiritual e o lóbulo frontal faz o juízo crítico da mensagem, auxiliado por outras áreas encefálicas.
A glândula pineal altera-se com a idade?
SFO – De facto, ocorre a biomineralizaçã o da glândula pineal, ela calcifica-se. Enfim, na minha tese de mestrado na USP, investiguei os cristais de apatita da pineal, mediante a difracção dos raios-X, utilizando ainda a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Tive a oportunidade de observar nesses cristais uma microcirculaçã o sanguínea que os mantêm metabolicamente activos e vivos. Penso que são estruturas diamagnéticas que repelem ligeiramente o campo magnético, e isso faz com que a onda caminhe em "ricochete" de um cristal ao outro. Assim se produz o sequestro do campo magnético pela glândula pineal. Quanto mais cristais tem um indivíduo mais possibilidades terá de captar ondas electromagnéticas. Os médiuns ostensivos revelam possuir mais cristais.
Que sintomas poderiam derivar deste facto?
SFO – Variam dependendo do tipo de mediunidade. Nos fenómenos espíritas, como é o caso da psicofonia, psicografia, possessão etc., há captação pelos cristais da glândula pineal e sua activação é adrenérgica, quer dizer que pode ocorrer taquicardia, aumento de fluxo renal, circulação periférica diminuída, etc. No fenómeno anímico, em que a alma do encarnado se desprende do corpo, ou seja nos estados de desdobramento, os sintomas são outros; podemos ter distúrbios de sono, sonambulismo, terror nocturno, ansiedade, fobia, etc. Encaixam aqui também os fenómenos de cura e ectoplasmia. Nos anímicos ocorrem mais fenómenos colinérgicos; aumento de actividade do aparelho digestivo, diminuição da pressão arterial etc. Quer dizer que a mediunidade não se manifesta sempre como fenómeno paranormal?SFO – Nem sempre. Uma boa parte das vezes se expressa mediante alterações do comportamento psicobiológico. Explico: a glândula pineal é um órgão sensorial, capta as ondas do espectro magnético provenientes de universos paralelos; a percepção seria enviada ao lóbulo frontal que a interpretaria. Mas para isso é necessário experiência e sobretudo estudo e também transcendência, senão não se desenvolve nessa área.
E se o indivíduo não consegue essa transcendência?
SFO – Nesse caso, as ondas do espectro magnético vão influir directamente sobre as áreas do hipotálamo e as estruturas adjacentes sem passar pelo juízo crítico do lóbulo frontal ou sem seu comando. O indivíduo perde o controlo do comportamento psicobiológico ou orgânico. É o que se passa em muitos casos de obesidade, quando a pessoa come sem necessitar, ou pode ter dificuldades nas relações sexuais. Se o impacto se produz na área da agressividade, pode exacerbar a autoagressividade do indivíduo, e desencadear depressão e fobia, ou a heteroagressividade , que expressa violência para com os outros. Se se acciona o sistema reticular ascendente, que é o responsável pelos estados de sono e vigília, podem ocorrer distúrbios nessa área. Nos casos citados ocorrem sintomas sem desenvolvimento mediúnico, com alterações hormonais, psiquiátricos, orgânicos. Se não se controla o lóbulo frontal, predominam as áreas mais primitivas. O indivíduo não usa a capacidade de transcendência. São hipóteses que recolhi nas investigações e nos elementos clínicos.
O problema é espiritual ou orgânico, o que diz?
SFO – Não existe uma coisa separada da outra. Eu parto da hipótese de que a pessoa é o espírito. Assim, a influência espiritual tem repercussões biológicas e os comportamentos psicorgânicos influem sobre o espírito. Como integrar ciência e espiritualidade?SFO – O cérebro está embriologicamente previsto no coração. Não existe raciocínio sem emoção. Somente o desenvolvimento da capacidade de amar constrói a verdadeira identidade das pessoas. Enquanto não existir uma união definitiva entre ciência e espiritualidade, a humanidade não encontrará a paz e o amor.
Faz as suas pesquisas exclusivamente com investigadores espíritas?
SFO – Não. Fazemos com espíritas e não espíritas, já que ambos temos os mesmos objectivos.
Actualmente tem algum projecto?
SFO – Sim, a Universidade do Espírito é um projecto universitário para o ensino e investigação em pós-graduação para profissionais das áreas da medicina, psicologia, pedagogia, sociologia, biologia, física, cosmologia e outras. Contará com salas de aula, laboratórios, biblioteca, administração, arquivos, ambulatórios e um centro informático. Este nosso projecto conta com o apoio de várias instituições estatais, como a própria USP e privadas, além de vários profissionais em diversas áreas científicas. Deste modo, a Universidade do Espírito funcionará como elemento centralizador da rede de formação de hospitais espíritas, que no Brasil são cerca de 100. Também contará com um núcleo de estudiosos espíritas da USP, que reunirá professores, cientistas e investigadores espíritas desta universidade, sem excluir outros cientistas estrangeiros, como o vosso eng.º Luís de Almeida, que foi por nós convidado para ingressar neste projecto. NOTAS (por Luís de Almeida):1) Teoria das Supercordas, é uma teoria cosmológica que descreve as partículas como ondulações de cordas, unificando assim a "mecânica quântica" e a "relatividade generalizada" , ou seja os seus objectos fundamentais não são as partículas que ocupam um único ponto no espaço, mas sim objectos (cordas) unidimensionais. No total existem 5 teorias das cordas, que foram unificadas numa só, a Teoria-M.2) Estado de menor energia de um sistema quântico, que está presente no espaço cosmológico aparentemente vazio.3) Teorema da Incompletude de Gobel, afirma que em qualquer sistema formal de axiomas (exemplo, a matemática actual) é possível fazer afirmações cuja a veracidade ou falsidade não podem ser demonstradas usando apenas os axiomas que definem o sistema, demonstrando matematicamente que há problemas que não podem ser resolvidos por meio de nenhum conjunto de regras ou procedimentos, impondo desta forma limites fundamentais e destruindo assim a crença generalizada de que a matemática era um sistema coerente e completo com uma base lógica única.4) É uma ciência holística que busca transcender os aspectos pessoais do ser, elevando-o a uma condição totalmente espiritual. Está baseada na física moderna subatômica, cujo modelo quantum-relativístico busca apresentar um ponto de vista integrado da teoria de quantum e relatividade, onde o Universo todo (matéria/energia) é uma entidade dinâmica em constante mudança num todo indivisível.
Texto oferecido pelo autor, que é membro do CECA, publicado no "Jornal deEspiritismo" da ADEP – Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal Texto: Cristina Carvalho
O Perispírito e suas modelaçõesEd. EME – Luiz Gonazaga Pinto
Mas se há males nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. As­sim, por exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os reveses da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformi­dades, a idiotia, a imbecilidade, etc. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec- (cap. V - item 6). No presente estágio acadêmico terrestre, podemos generalizar a medicina como carente de enfermagem. Tomando como base para seus conceitos pato genéticos o microbismo e as pesquisas laboratoriais, o que, a bem da verdade, fornecem subsídios para um diagnóstico, nele se fecham impondo-lhes a gênese de todo o mal, quando a atitude correta seria buscar a causa profunda, a que se esconde além da matéria transitória. A instalação da doença no corpo físico deve-se à vulnerabilidade perispiritual do indivíduo como causa primária, o que possibilita a instalação virótica ou bacteriológica como variável secundária. Como curar o homem, cujo físico ressente-­se do acúmulo de substâncias tóxicas, que, atingindo um limite insuportável, reage com a desarmonia, que é a doença, grito de alerta em última instância? Não são os vírus que determinam as doenças. Existem pessoas portadoras de vírus de doenças graves, que nunca se manifestam em pústulas no corpo. Não são as bactérias. Muitas pessoas ao contato com elas adquirem imunidades, observando­-se o efeito oposto ao esperado, substituindo a virulência pela resistência. O que faculta a instalação definitiva da doença é a queda do tônus vital no organismo ou em um órgão em particular. E a gênese da patogenia é quase sempre o perispírito, pelo adensamento fluídico pernicioso a que se condena o Espírito pelo seu desregramento. Vírus e bactérias são fatores concorrentes; o afastamento das leis divinas constituem os fatores determinantes. O perispírito do homem animalizado, cujo teor dos pensamentos se caracteriza pelo egoísmo, ódio, sensualidade e similares, torna-se impregnado de fluidos densos, cuja fuligem tóxica, aderente e nociva, superpõe-se em camadas, a exigir drenagem para clarificar-se. Quando esse fluido "petrificado" através dos séculos é atraído pelo magnetismo natural do corpo físico, que funciona qual esponja absorvente ou redutor de densidade, afeta o tônus vital da célula, trazendo como conseqüência imediata a redução nas funções de captação do fluido vital, do teor de oxigênio, forçando-a a sobrecarga de carbono, com efeito lesivo para o seu núcleo. Sobressai-­se o processo cancerígeno, no ponto mais frágil ou vulnerável do organismo. Movidas pelo instinto de conservação, essas células deficitárias multiplicam-se desarmoniosamente, na ânsia de reter o oxigênio escasso. Obedecem à mesma lei da multiplicação de hemácias, quando o indivíduo passa a habitar grandes altitudes, onde o oxigênio é deficiente. Viver é preciso! Essas células invadem o organismo instalando o caos orgânico, mas também liberando do perispírito o "piche", produto mórbido das más paixões. Exasperam-se os cientistas nas prováveis explicações para esse quadro. Vasculham, das radiações ionizantes até as alterações enzimáticas, que atuam contrariamente à economia celular. Mas, a terapia acadêmica surte efeito apenas nos casos onde a toxidez perispiritual se esgotava, sendo os demais casos solapados pela morte ceifadora. A depender da resignação do Espírito, que por sua vez reflete perispiritualmente as suas novas e melhores condições, se as conquistou, segue-se a modelagem com o seu auxílio mental, ou sem ele, ocasião em que os técnicos, empregando a divina terapia da reconstrução de órgãos, procuram auxiliá-lo no difícil recomeço da paz orgânica. Que se adentre na pesquisa a Medicina, mas, observando o homem em sua plenitude, como ser imortal, enquadrado no pensamento evangélico que prescreve as boas obras como fatores determinantes para a saúde do Espírito. Esse determinismo é flexível em alguns pontos, pois ajusta-se à vontade do Espírito, de vez que ele, reconhecendo-se devedor, pode a qualquer instante do hoje iniciar o resgate da dívida, desobstruindo o futuro da parcela de determinismo que o aguarda. A doença, pois, não é um castigo de Deus, que não chegaria à mesquinhez de anotar crimes para depois puni-los com a desgraça. Ventura ou sofrimento são criados por nós e para nós, sendo outras variáveis filosóficas a respeito do destino humano meramente especulativas e vazias de bom senso. Busque-se, pois a patogenia onde ela se encontra, ou seja no perispírito, lá impressa pelos desmandos do Espírito. Difunda-se a profilaxia onde ela é mais eficiente; no pensar e no agir de cada um. Instale-se a terapia, obedecendo à triplicidade do homem, Espírito-perispírito-corpo físico, para que o reinado dos paliativos não se perpetue sobre a Terra. Lembremos nossos antepassados, quando afirmavam que um corpo são é produto de uma mente sã; e Jesus aconselhando ao doente curado: "Vai e não peques mais, para que não te aconteça algo pior." Com esse conselho, Jesus demonstrou a teoria comprovada em nossa pele, que a doença é apenas a prática do pecado (erros) cometido por nós, contra nós ou nossos semelhantes. Em razão do exposto, concluímos isto: Nas ruas, entre outras variáveis de desequilíbrios, podemos observar o mendigo que nos estende as mãos, que poderá ter sido o avarento; o deficiente mental, o ex-­viciado em drogas; o canceroso, o ex-suicida; os oligofrênicos, as inteligências pervertidas; o cardiopata, aquele que perfurou o coração do seu litigiante, etc ... Não nos preocupemos em rebuscar-lhes as lembranças, nem colocar-lhes ácidos nas chagas do refazimento. É o cumprimento da lei que se opera, o que não nos impede de oferecer-lhes o medicamento do trabalho e da oração, na certeza que Jesus, o médico divino, vela por todos nós, enfermos. Para o estudo das doenças em nível perispiritual, os Espíritos vieram ao encontro dos nossos anseios, resultando nos apontamentos adiante relacionados: Primeira visita "Observo um Espírito que ingressou no recinto agora, e que se dirige em minha direção. Ele tem um roupão branco e é um pouco calvo, aparentando talvez 50 anos. Ele pede que eu fique de frente para o meu corpo, pois dele eu saí de costas. Estou me vendo de frente. Minha roupa não é idêntica à do meu corpo. Uso o mesmo roupão que ele. Do umbigo vejo sair um cordão bem fino. - Se você tocar nele, sente a repercussão no físico? - Nosso amigo está pedindo exatamente que eu faça isso (tremor no médium). Voltei, logo que toquei o fio. Não estou mais desdobrada. Voltei independente da minha vontade, assim que o toquei. Novamente saí do corpo. O fio não é uma coisa compacta; parece formado por delicadíssimos filetes prateados. O instrutor está pegando em minha mão. Encontro-me a uns 20 centímetros afastada do corpo. Observo que estacionado aqui existe um veículo. - Que aparência tem esse veículo? - É como uma Kombi. Apresenta o seu tamanho, mas não tem pneus. Ele me adverte que devo entrar no veículo para uma visita a uma Colônia, onde se processam os mapas genéticos para os Espíritos que precisam encarnar. O carro não tem portas fechadas; as janelas são abertas à semelhança dos helicópteros. Ele está estacionado à altura da escada. - Você já se encontra no veículo? - Sim. Mas ele afirma que precisamos descer, pois já chegamos. (Não acredito!) Segundo ele, nos deslocamos em fração de segundos. Eu entrei no carro e num piscar de olhos cheguei aqui. Que coisa mais louca! - Você já se encontra na Colônia? - Estou em lugar verdejante. O carro está a meio metro do chão. O instrutor está me explicando que, para eles, a contagem do tempo é diferente. Não se processa como nós o aferimos. A rapidez foi tão grande, que não pude perceber nenhum detalhe da viagem. Posso afirmar, e ele confirma, que viajamos rápido como o pensamento. - Que tipo de energia move esse veículo? - Eu o estou observando agora. É semelhante àqueles botes que flutuam na água, deslizando sem o auxílio de pneus, remos ou hélices. A energia que o impulsiona é retirada do sol e armazenada; mas existe também um componente mental atuante que o direciona. Agora o carro se desloca. Engraçado é que neste instante não existe nenhum guiador dentro dele. Sai sozinho, como se fosse orientado por controle remoto. Vamos deixar as perguntas sobre o veículo para depois. Averigüemos o objetivo da viagem. - Estou entrando em uma casa, cuja arquitetura é antiga, à maneira colonial. Existem nela grandes colunas de mármore branco. O instrutor diz que tenho permissão para narrar tudo que vejo. Existem nesta casa amplos salões ocupados por mesas e pranchetas de desenho. Nestas, vejo mecanismos de regulação de espaços, bem como instrumentos para traçar retas, curvas, elipses, parábolas ... O material de desenho é farto. Muitos Espíritos se empenham em desenhos anatômicos. São jovens estudantes, senhores, mulheres. Interessante! As mulheres desenham órgãos como o coração, útero, ovários e órgãos reprodutores femininos. Quando elas passam o pincel, o risco parece da cor da carne, com veias e capilares, como se houvesse no papel a imagem mental do desenhista. É uma imagem já em definitivo, que quase não exige retoques. Alguns estão desenhando a musculatura. Vejo músculos cujos nomes me são passados: bíceps, tríceps, trapézio, costureiro, deltóide... Observo a musculatura da perna. Um dos desenhistas faz referências sobre o ligamento rotuliano e o tibial anterior. O desenho apresenta a musculatura com visão anterior e posterior. Ele é perfeitíssimo. São feixes de fibras que se entrecruzam e que se sobrepõem, encobertos por uma película, aponeurose, diz ele. Em outras pranchetas, os desenhos da estrutura óssea. Cada desenhista se detém em determinada parte do corpo. Neste setor da sala onde me encontro, são desenhados órgãos, músculos e ossos. Estamos indo para uma outra sala. Estou vendo um senhor idoso, que está desenhando um fígado. Neste, ele acrescenta certas fissuras. Pergunto-­lhe a razão dos cortes observados, e ele responde ser aquele órgão uma peça do mapa genético, desenhado para um reencarnante que foi alcoólatra inveterado. Será a conseqüência que ele irá sofrer, por haver danificado a sua matriz perispiritual, adentrando o mundo dos Espíritos como suicida involuntário. Estes caracteres que tracei nesta glândula, explica... representam um câncer que deverá surgir no corpo denso, que terá nessa víscera o seu ponto vulnerável, sendo inútil a tentativa de transplante neste caso. Dirijo-me para outra sala, que é separada da anterior por uma divisória de "vidro". Meu traje é uma bata lilás bem clara. O amigo do veículo continua comigo. Ele é um professor. Traz aquela varinha na mão para apontar no mapa os detalhes que devo passar para você. Agora ele cumprimenta um outro senhor. Este diz que é um de seus amigos, que participou com você de alguns estudos em universidade na Alemanha e que continua em contato através de estudos nunca interrompidos desde então. Ele está recolhendo todos os desenhos feitos na sala onde passei e os coloca sobre uma grande prancheta. Um dos desenhistas está fazendo a junção de todas as peças desenhadas, enfatizando os problemas futuros a elas relacionadas, ou seja, vigor ou deficiência, na futura encarnação. Todas as peças desenhadas vão para o corpo do companheiro suicida involuntário, cujo fígado observei. O coração possui a dimensão maior do que o órgão de uma pessoa normal. Os pulmões vão apresentar deficiências pelo vício do fumo. Ele nos diz que muitos órgãos vão estar comprometidos na futura encarnação, devido aos vícios e excessos do companheiro que os portará. Interessante é que esse seu amigo junta o papel, com os desenhos anatômicos dos músculos, ao papel onde está a estrutura óssea; e é como se houvesse um acoplamento. Fica como aquele papel manteiga, onde você consegue distinguir o outro lado. O encaixe é perfeito; um é o complemento do outro. Vejo quando ele coloca o coração parecendo aderir ao mediastino. Estão formando o mapa genético. Todo o corpo humano aparece nos mínimos detalhes. Esse irmão, cujo mapa lhe retrata as condições futuras, quando completar aproximadamente 45 anos, apresentará um problema no fígado, que deverá generalizar­-se em um câncer, espalhando-se por todo o organismo. Mostram-me agora um outro mapa, destinado à mesma pessoa. Este apresenta o corpo após a instalação da doença. O fígado é como uma geléia. O coração totalmente arroxeado; os pulmões dilacerados; o estômago se diluindo e os rins com imensa dificuldade de filtrar o sangue. Todo o sistema orgânico e glandular estão danificados. Assim serão as condições futuras do encarnante, conclui o instrutor. - Todas essas informações vão ser incorporadas ao perispírito dele e, quando chegar o tempo, vão rebentar? - É isso mesmo! A diferença entre os dois mapas é muito grande e notória. As informações serão esquematizadas para que, em época devida, se concretizem com detalhes e minúcias planejadas, mas, em verdade, já se encontravam registradas no perispírito sob a forma de fluido nocivo a exigir drenagem, o que se fará através do corpo físico. Seguimos para uma outra sala. São salas contíguas que se interligam por portas e "vidros" divisórios. Já não estou mais de bata lilás. Esse troca-troca de roupa por aqui me deixa intrigada. A vestimenta agora tem a cor verde bem terno, quase branco. O instrutor sorriu da minha observação sobre a roupa e está me explicando que ela obedece ao fluido predominante no ambiente. Esta sala é mais ampla que as demais. No canto, sob a forma de uma câmara de vidro, observo o irmão que se candidata ao reencarne. Esta câmara, leva o perispírito a recolher-se, a diminuir. Ao lado, mas no interior da câmara estão pregados os dois mapas em tamanho natural, em todas as formas e cores. São os mesmos mapas que observei. É como se fossem figuras em raios-X, colocadas em contraste para observação. O Espírito que está dentro da câmara parece ter que assimilar aqueles desenhos. A impressão que eu tenho é que ele terá que guardar em si os desenhos mesmo contra a sua vontade. Seu perispírito vai reduzir-se com todas as informações mapeadas e arquivadas em sua tessitura. Tudo que foi desenhado será considerado como informação concreta para o novo corpo. Ao ser ligado o perispírito com o óvulo fecundado, o corpo, que deverá formar­-se, o fará obedecendo a tudo que foi programado. Reafirma que a matriz perispiritual se reduz, obedecendo rigidamente aos desenhos da parede. O professor fala que vamos assistir em frações de minutos ao que ocorrerá com o corpo perispiritual desse irmão, após haver assimilado o conteúdo dos mapas. Vejo, como em um desenho animado acelerado, seus órgãos mudando de forma e ajustando-se aos detalhes do desenho. Esse irmão ainda não passou pela redução perispiritual. Encontra-se na fase de assimilação das futuras formas. Breve, quando o óvulo amadurecer e for fecundado, ele estará pronto para ser acoplado ao útero daquela que lhe será mãe na Terra. Pode ocorrer - mas não é comum - que o Espírito rejeite as novas formas para ele desenhadas. Sabe que as merece, mas não possui a força moral de aceitá-las; interferindo mentalmente, ele, através da rejeição ao novo corpo, pode provocar um aborto natural. Nesse caso, o aborto surge porque o Espírito, não perdendo totalmente a consciência para o reencarne, promove o rompimento dos laços que o prendem à mãe, aumentando o seu débito para com as leis da vida. Essa vigilância da sua consciência, embora um pouco entorpecida, prende-se ao fato de não aceitar a nova fôrma material, tomando-se de expectativa, onde a mente não apaziguada (embora de perispírito reduzido pela câmara) consegue atuar no sentido de rejeitar a situação. Para evitar tais processos de fuga, os Espíritos se vêem forçados a submetê-las, quando reincidentes, às encarnações compulsórias, onde a influência mental do encarnante é neutralizada, mergulhando ele na carne para enfrentar o devido resgate. - Por que, no lugar de tentar um aborto posteriormente, o Espírito não se recusa a "absorver" esses mapas que estão na câmara? - Mas isso não depende dele. Ao entrar na câmara, essa assimilação se faz à sua revelia, não podendo ou não tendo meios de se livrar da situação. Repete o instrutor que isso independe da vontade de quem vai encarnar, pois os técnicos que estão no comando é que possuem as rédeas do processo. A assimilação do corpo saudável se faz necessária, porque ele precisa ter uma vida equilibrada, com saúde, para depois, mais tarde, manifestar a gama de anomalias ou deformidades orgânicas que lhe estão destinadas. Se houvesse apenas a infiltração do corpo doente, ele já nasceria com as citadas patologias, previstas para anos após o nascimento, e não cumpriria a existência necessária em suas peculiaridades. São casos onde o Espírito necessita de um tempo de vida saudável para cumprir determinadas tarefas a seu favor e de outros Espíritos a quem deve. Por outro lado, se houvesse apenas a infiltração do desenho do corpo sadio, ele não resgataria o seu carma. - Gostaria de saber como os técnicos fazem essas deformidades ou deficiências aparecerem, mais ou menos naquela faixa de idade, como nesse companheiro aos 45 anos. - Ele explica que a natureza se encarregará disso. Por exemplo. Esse Espírito um dia poderá tomar um remédio com data de validade vencida e ter uma hepatite, daí desencadear o processo cancerígeno. Pode reincidir e tomar alguns goles ... No mais, sua constituição genética será preparada para apresentar essas tendências, como uma bomba-relógio a explodir mediante o gatilho preparado em seu perispírito. Complementa dizendo que o espermatozóide que lhe proporcionará a carga genética será atraído magneticamente pelas suas condições vibratórias de "devedor", não lhe sendo possível escapar a esse destino. Estamos falando de determinismo, não? Nesse caso específico sim. Embora cada caso exija suas especificidades, débito é débito e precisa ser ressarcido." Segunda visita "Já estou desdobrada e noto que a sala aumentou muito em suas dimensões. Tem agora oito a dez vezes o seu tamanho. Encontro-me no início da sala, próximo à porta de entrada. No meio, onde está à mesa junto à qual meu corpo físico está sentado, existe uma espécie de iluminação, algo como uma flor ou uma estrela, com muitas lâmpadas, colada no teto. Esses refletores irradiam a luminosidade por toda a sala. O restante das cadeiras estão arrumadas como em um auditório. Na primeira fila, estão quatro entidades, sendo que três delas são conhecidas. Elas me convidam para juntar-me ao grupo, o que aceito. Estão me advertindo para manter atenção máxima em uma tela muito branca, situada na parede à nossa frente. A tela está em penumbra, pois a luz do refletor não a atinge com intensidade. Ali vai passar um filme e eu tenho a missão de transmitir em detalhes para você tudo a que assistir. Mas o interessante é que o filme irá parar quando você apresentar alguma dúvida ou indagação sobre o que estiver sendo exposto. O instrutor diz que você pode sentir-se à vontade para qualquer pergunta. Nós vamos tomar conhecimento desse filme, como se o evento estivesse ocorrendo neste momento, e não como um acontecimento já transcorrido. Ele pede atenção para os detalhes. São coisas simples e não vão exigir estudo aprofundado para o entendimento. A primeira cena é de uma sala de hospital. Vejo dois leitos. Em um deles está um rapaz que conheci através das nossas visitas ao leprosário. Seu corpo ainda encontra-­se bastante ulcerado pela hanseníase. No outro leito, um paciente com o abdome muito alto, com poucos cabelos, devido ao tratamento a que foi submetido, cujo objetivo era impedir o avanço implacável de um câncer que o devorava, o câncer era no esôfago; ele aparenta sentir ainda muitas dores, o instrutor faz uma pausa na fita para explicar o que vem a seguir. O que se segue é o desencarne dos dois rapazes. Vejo duas equipes espirituais que se dirigem para os leitos. No primeiro caso, o corpo perispiritual enfermo, pairando acima do corpo físico, a uma distância muito pequena. O perispírito aparece amarrado por muitos liames, como se fossem fitas presas aos chacras. Eles vão começar pelo hanseniano. Quatro técnicos iniciam a aplicação de passes enquanto um outro ajuda no desenlace das fitas; ainda um outro procede anotações sobre uma ficha. - Esse desenlace é feito rompendo as fitas? - Não, elas não são quebradas. São apenas desligadas. Isso é feito com o auxílio dos passes. Todos eles emitem, através de suas mentes, fluidos para esse desenlace. Nenhum dos passistas toca os plexos. Apenas o companheiro, que auxilia no desenlace, faz movimentos em cada plexo, o que acarreta o desligamento dessas fitas. Estas vão se abrindo como um laço que se desfaz. O desligamento teve início de baixo para cima, ou seja, inicialmente nas pernas. O rapaz que está anotando fica em posição que me permite ver o que está escrevendo. Vou passar os dados para você. Em cima está escrito: Pedro da Silva Cavalcante, 38 anos. Nascido aos 18 do mês de fevereiro. Deveria passar pela hanseníase como resgate de uma vida de muitos abusos. Mais embaixo, ele coloca assim: processo pelo qual a doença se instalou: ao nascer, o indivíduo já trouxe consigo o germe da doença. Aos 20 anos a doença aflorou após 12 anos de incubação; contágio: leve contato com alguém portador. Agora ele escreve: operação a ser efetuada após o desencarne. - Um instante. Essa ficha que você está observando é elaborada para todos os desencarnantes? - Não. Só para aqueles indivíduos que necessitam de restauração de órgãos. Nas mortes naturais ela não é necessária. Voltemos ao desencarne. Por último ele deixou o plexo cardíaco, a região do coração. Estavam aguardando que eu terminasse de ler a ficha para você. Ao desligar esse último plexo, todas as feridas, manchas, chagas, estão muito evidentes no perispírito, que é colocado sobre uma maca. O perispírito agora está em observação, para que seja determinado o tipo de tratamento pelo qual passará. Voltamos para o rapaz das anotações. Existem duas pessoas a mais na cena do filme. São médicos, técnicos em cirurgias dos casos em estudo. - Esse hanseniano vai levar muito tempo para ficar curado? - Não. Ele responde que é só o tempo necessário para que ele recobre os sentidos e queira participar do seu restabelecimento. A cirurgia, voltando à observação da ficha, será: recomposição de células danificadas pela doença e eliminação de fluidos ligados à sua problemática. Claro que ele tem que ajudar com a sua conscientização e boa vontade. - Como será feita essa eliminação de fluidos? - Através de passes dispersivos e aparelhagem específica, espécie de sugadores. Já passamos ao caso seguinte, o do moço que teve como causa de morte o câncer no esôfago. Observando-o, vejo que ele padece de grande falta de ar. Do lado de sua maca encontra-se um aparelho cuja função é auxiliar a sua respiração, levando oxigênio a seus pulmões. Enfermeiros ministram passes e noto, saindo de suas mãos, gotas que são absorvidas pelos poros do paciente. Tal como no caso anterior, aqui também tem alguém fazendo anotações em uma ficha. Se você deseja, eu posso narrar o nome e os detalhes ligados a este caso. - Se houver tempo e condições, sim. - José Belarmino de Sousa. - Idade: 36 anos. - Naturalidade: Petrolina - Pernambuco - Trouxe no perispírito os fluidos densos da doença devido ao problema cármico. Em encarnação passada envenenou-se por ingestão de ácido, infeliz e sofrido evento que resultou em avarias e danos em todo o tubo digestivo. Ao encarnar, trouxe uma deficiência nesse aparelho, caracterizada como um estreitamento do esôfago, que com o passar do tempo, imprimiu-lhe a dificuldade de engolir. Aos 21 anos, ele teve uma espécie de engasgo com uma espinha de peixe, ferindo-lhe o esôfago. Esse fato fez com que aquela área ficasse propícia ao ataque da moléstia. Falo com o técnico que anota. Ele me diz: parece uma coisa boba, mas é a lei. O desenlace nesse caso é mais doloroso por causa da falta de ar. Quando o último plexo fica ligado, o cardíaco, ele se mostra mais agitado, gesticula bastante, diferindo do outro que foi mais calmo. Segue-se a aplicação de passes e ele dorme. Acima dele, o perispírito é retirado para ser colocado em uma maca. Observo o seu esôfago. Desde a região da glote até a traquéia, chegando ao estômago, os tecidos encontram-­se escurecidos e necrosados. A cirurgia pela qual ele passará será semelhante caso anterior. Vão eliminar tudo aquilo que possa estar na mente dele repercutindo ­prejudicialmente em seu perispírito dificultando o restabelecimento. Será necessário dispersar, como no caso anterior, aquele mesmo fluido, ao qual me reportei, e repor células danificadas. - Será uma substituição de células? - Sim. Não será uma regeneração de tecidos, e sim uma reposição." Terceira visita "Saí! O instrutor afirma que iremos estudar dois casos de muita significação em nossa pesquisa. Veremos crianças xifópagas e o caso de uma criança que irá nascer sem o cérebro. Esse assunto foi escolhido para hoje (nascimento da criança sem o cérebro) devido ao acontecimento ocorrer dentro de alguns minutos em um hospital próximo, onde uma equipe de técnicos do nosso lado (desencarnados) já se encontra a postos para o estudo. Apressemo-nos, diz ele, pois a criança terá apenas alguns minutos de vida e logo desencarnará. Conosco estão seis outros aprendizes, que se dizem estudantes como nós. Três deles são mulheres, estudantes de Medicina que pediram para assistir à nossa reunião e indiretamente aos casos narrados, ora em desdobramento. O técnico que nos assiste já foi médico ginecologista e fala que ocorrem nascimentos de crianças sem a coluna vertebral e com outras malformações tão graves quanto esta. Primeiro assistiremos ao nascimento; depois examinaremos o perispírito da criança. Já chegamos à "Maternidade Assis Chateaubriand" e estamos indo direto para a enfermaria, onde várias mulheres gestantes esperam seus bebês. É uma enfermaria coletiva. Vejo uma jovem de aproximadamente 27 anos que está para dar à luz a criança que viemos observar. Ela não sabe ainda, pois é de procedência muito pobre e não teve condições de fazer o pré-natal. Estamos acompanhando a jovem na maca. Ela já se encontra em posição de ter o bebê, pois foi trazida, quase na hora de parir, para a sala de cirurgia. Observamos um médico e uma enfermeira, encarnados, e o nosso instrutor, tecendo comentários a um dos alunos que nos acompanhou. Vejo que a bolsa já se rompeu e o bebê começa a nascer. A cabeça dele está saindo agora. Mas ela não é compacta, não possui a rigidez, a solidez das outras... você me entende? É como tênue cartilagem guardando uma porção gelatinosa. Vejo os olhos, o nariz, a boca, mas não tem os ossos cranianos fortes. É uma cartilagem meio transparente. - Como ele sobreviveu dentro do útero? - Era necessário que esse Espírito passasse nove meses de gestação vivendo o clima carnal. Os técnicos utilizaram para com ele de recursos magnéticos e fluídicos retirados da mãe e deles próprios, que estavam auxiliando no processo reencarnatório, para mantê-lo vivo. Percebo que o coração dele bate, mas nossos amigos afirmam que ele não sobreviverá mais que quinze minutos. Mesmo nascendo sem cérebro a sua vida uterina foi valiosa, porque modelou uma cabeça. Os ossos cranianos foram plasmados de maneira frágil, e modelaram-se os olhos, o nariz, a boca... Houve a esculturação pela Natureza, auxiliada pelos bons Espíritos. Ele foi um suicida que esfacelou a cabeça quando atirou no ouvido, fragmentando o cérebro. Não foi possível a ele nem aos técnicos modelar o cérebro, tornando-se urgente o seu reencarne, o que ocorreu quase imediatamente após o seu suicídio. Todavia, havendo sido modelado um novo corpo, isso muito o ajudará no mundo dos Espíritos, porque ele se impregnou de fluidos vitais da mãe, bem como os da matéria densa onde esteve mergulhado. Isso o ajudou; tanto pelo esquecimento temporário do seu problema, quanto pela pressão da matéria orgânica, impulsionando seu perispírito a obedecer os padrões anatômicos peculiares à espécie. Houve um avanço em sua modelagem, que será aproveitada pelos técnicos para promoverem os reparos cerebrais em definitivo, à medida que ele for despertando. Estes modelarão determinada zona do cérebro - da visão, por exemplo - e ele se conscientizará de que pode ver. Depois, a parte relativa à audição, ao tato e assim por diante. Mas o paciente em si pouco participará da modelagem devido ao seu estado de alienação. Em se tratando de suicidas, alguns até podem ajudar bastante na modelagem de órgãos menos complexos. O cérebro, como tradutor da memória do Espírito, é de tamanha complexidade, que somente os técnicos detêm os conhecimentos específicos para uma modelagem bem sucedida. A ajuda dele, portanto será insignificante; podemos até dizer que será em nível inconsciente, à medida que suas lembranças comecem a aflorar. É uma ajuda indireta, não resultante do conhecimento do processo de modelação, mas, pelo desejo de voltar à vida. Podemos agora averiguar as crianças xifópagas. Observaremos sob a ótica espiritual, de vez que pelo lado físico são dois Espíritos distintos ligados por um único intestino, ou seja, mantendo-se vivos ligados um ao outro pelo tronco. Nós os percebemos agora. Essas duas crianças devem ter aproximadamente 3 ou 4 anos de idade. Apresentam o aspecto em que desencarnaram e ainda permanecem nessa faixa etária por vontade dos técnicos que promoveram a reencarnação. Foram Espíritos rivais nos últimos três séculos, onde conviveram em litígio por quatro encarnações, ocasião em que cometeram muitos abusos, não se suportando um ao outro. A Providência Divina então os colocou juntos, nutrindo-se por um mesmo organismo. - Deixe-me situar-me. Eles nasceram xifópagos. Posteriormente desencarnaram aos 4 anos e continuaram na mesma condição e na mesma idade por imperativo dos fiadores da reencarnação pela qual passaram, a fim de evitar um despertar das lembranças com conseqüente reinício do litígio? - Sim. É necessário que continuem juntos. Se um deles despertar, será pior. Encontram-se com suas memórias adormecidas. Observo que só existe um par de pernas. A outra criança sai do tronco da primeira. É como um Y. Mas vejo, no Espírito que sai do tronco, as outras pernas, como sombras que ele não nota. - É como nos casos dos amputados, onde se nota a presença de uma fôrma? - Sim. Mas ele não percebe. Pergunto ao instrutor como é o perispírito dessas duas crianças. São dois perispíritos? - É tal qual um enxerto em vegetais. É como se um deles tivesse sido amputado pelas pernas e sido acoplado no tronco do outro. Ambos são alimentados por um mesmo estômago. - Para encarnar, como procedem os técnicos? Eles são reduzidos ambos ao mesmo tempo, ficando perispírito interpenetrando perispírito, para nascer nesse formato? - É como eu falei. Uma acoplagem na fôrma perispiritual. Um deles não tem as pernas do perispírito, mas a sombra que diviso são as pernas do corpo mental. Na hora da redução perispiritual um deles estava amputado, existia apenas o tronco, que foi acoplado à altura do estômago do outro. No renascimento eles utilizaram um espermatozóide especial, escolhido antes da fecundação. Essa célula reprodutora escolhida fecundou o óvulo, que não se partiu totalmente para gerar gêmeos normais, iniciando a multiplicação celular que deu origem a dois seres imantados um ao outro. No caso dos gêmeos univitelinos essa separação ocorre totalmente, culminando em crianças separadas e do mesmo sexo. Eles vão continuar ligados por algum tempo, e depois os técnicos irão separá­-los através de cirurgia. Posteriormente reencarnarão como gêmeos idênticos. - Quando essa cirurgia for feita, claro que um deles deverá ficar com o estômago e os intestinos. E o outro? Sofrerá um transplante? Uma modelação? - Nesse caso, a cirurgia trará a mutilação para um deles. Os técnicos utilizarão o corpo mental do mutilado para plasmar os órgãos ausentes. É ainda a modelagem do perispírito tendo como base o corpo mental, a que você já está acostumado a discutir." Quarta visita "Estou desdobrada, mas é como se eu tivesse adormecido; quando acordei já estava neste local. (Essas coisas me deixam meio atordoada, sabe?) É um hospital muito grande; tal qual uma colônia. Parece existir de tudo que se utiliza em uma comunidade qualquer. Igreja. Centro Social, praças... Antes de entrar, vestimos uma roupa, espécie de capa contra a chuva, que cobre meu corpo até os pés. Na porta leio: "Centro Dermatológico." Penetramos numa ala à direita, onde vejo uma placa: "Hanseníase". Parecemos passear. O instrutor mostra tudo. Observo pacientes com grandes manchas na pele. Alguns com ferimentos profundos; outros já mutilados pela doença; muitos, adormecidos; outros, em aflição. Ele não me deixa demorar e já vai mostrando outra área. Nova placa surge: "Câncer Dermatológico". Interessante! Neste setor as pessoas são desfiguradas. Não possuem nenhum pêlo na cabeça. O corpo mais parece uma esponja vermelha. Ele aponta para outras alas, mas afirma que hoje irá mostrar uma das maneiras de restaurar células epiteliais danificadas por essa doença. Lembra que as causas dessa enfermidade todos nós conhecemos. Estão nas fichas cármicas e relacionam-se com hábitos e atitudes passadas. Vamos caminhando e atingimos o "Centro Cirúrgico", no que penetramos em seus aposentos. Não há nada aqui dentro que impeça a entrada de alguém. Indago sobre contágio e isolamento, e ele explica que geralmente adquirimos determinadas doenças quando estamos comprometidos através do carma, para passarmos por aquela prova. Caso contrário, é como se existisse uma imunidade natural da pessoa com relação a ela. Apesar do contato com a doença tornar algumas pessoas resistentes contra seus efeitos, nunca é demais tomar os cuidados necessários, por causa dos familiares ou circunstantes com os quais se convive. Profilaxia e assepsia nunca são cuidados demasiados no capítulo da Medicina material ou espiritual, enfatiza. Estamos observando um irmão na mesa cirúrgica. Os médicos colocam uma máscara em seu rosto, como se o anestésico agisse através do gás lá contido. Todavia, aplicam um líquido rosa na veia. O líquido vai fazer o papel de soro. - Que gás é esse existente na máscara, que anestesia e faz adormecer? - É um relaxante. Sua função é neutralizar qualquer sensação, deixando o paciente entorpecido. Passado o entorpecimento, após a cirurgia, ele volta ao normal. Isso ocorre quando não precisam de sua mente atenta, auxiliando na cirurgia. Como a restauração é apenas no tecido epitelial, esta é feita pela vontade dos técnicos, sendo que o paciente já foi advertido do efeito benéfico em sua pele, manifestando preliminarmente o desejo de recobrar o que perdeu, ou seja, a saúde. Quando ele acordar, atuará no sentido de manter as modificações impostas, com otimismo e a certeza de que ficará curado. Em alguns, os ferimentos são profundos, sem haver mutilações. Vejo o ferimento na perna de um senhor, onde aparece a tíbia. Os técnicos estão colocando uma espécie de gaze, parecida com algodão-doce, algo muito macio que, ao tocar o ferimento, parece diluir-se. Em seguida tomam um aparelho à semelhança de um spray, explicando conter dentro dele um líquido que auxilia na recomposição celular. Adicionada ao líquido, está a energia vitalizante, que é a mesma vital humana. Esse líquido exala um odor forte de remédio, mas não chega a ser desagradável. Após colocar a gaze e jatos de spray por cima, através de movimentos circulares, vejo a gaze se dissolver e aderir à ferida, como se passasse a fazer parte do tecido, recompondo-o. De imediato vai fechando, diminuindo o espaço onde se via o osso da perna. Não entenda como se o processo fosse qual mágica, rápida e definitiva. Você assistiu a demonstrações em pacientes conscientes e desejosos de sua regeneração, que mesmo assim estão aqui há algum tempo. Dirijo-me a outra maca, onde se encontra um rapaz cuja área cirurgizada recebe uma faixa, isolando-o de qualquer outro contágio. Ele está sendo colocado em uma cabina de "vidro", espécie de UTI. O rapaz, portador de câncer de pele, está recebendo tratamento idêntico ao descrito (gaze e spray). Esse paciente era fumante e usava drogas injetáveis. - Mas o câncer dele é na pele ou nos pulmões? - Manifestou-se na pele como ulcerações no tecido epitelial, mas de gênese interna. Sempre temos algo de mais sensível em nós. Podemos adquirir um problema renal, quando os rins constituem a parte sensível do corpo, e dali a deficiência generalizar-se para outros sistemas, enfermando-os. Nesse rapaz, os órgãos agredidos foram os pulmões, mas a parte sensível é a pele. À medida que utilizava drogas injetáveis, provocou uma ulceração nas células do tecido epitelial, que foram enfraquecendo até se tornarem cancerosas. Foi um encadeamento de várias moléstias, culminando com o câncer comum de pele. A droga injetável foi para o sangue, que a levou a todos os órgãos, afetando assim a parte mais sensível. Para alguns essa sensibilidade é o coração; para outros, os pulmões; para ele, é a pele. O instrutor comenta ainda que alguns recebem tratamento de emergência para que possam reencarnar sadios, sob a promessa de, a duras penas, conquistarem de vez o equilíbrio de seus Espíritos. Ocorre, que sempre há os que voltam em piores condições, pois, portadores da sensibilidade, da predisposição à doença, abusam da condição de "liberdade condicional" e voltam aos cárceres que construíram para si próprios. Tais companheiros, quando partem daqui, reafirmam o compromisso de resistir até o limite de suas forças; e, levando o corpo "saudável", esquecem de dirigir o barco da vida sob a orientação do trabalho, buscando, em meio às turbulências, as seguras correntes da fé, traduzidas através da oração e da vigilância. Sob tais condições, tudo depende de sua atuação como timoneiro. Enfrentando borrascas e ventanias, é de se esperar alguns naufrágios; porém, há marinheiros que vencem o intranqüilo mar dos nevoeiros, evitando os acidentes de percurso, nunca insuperáveis para quem se escuda na confiança em Deus e tem como porto seguro a paz de consciência. Estão nos dizendo que a visita terminou. Volto com eles. Estou levando dois frascos contendo material para exame durante o nosso sono físico. Em um dos vidros está a gaze e no outro o líquido rosa usado como soro. Logo mais, enquanto dormirmos, poderemos voltar para o Centro, e lá pegar, cheirar, analisar, fazer experiências com esse material. Deus nos ampare em nossas pesquisas! É o que dizem na despedida." Obs: O desenho de um corp humano e sua contraparte espiritual, onde mostra um câncer de estômago, não colou neste espaço, mas é a doença lá na contraparte focando no fisico e instalado-se o câncer no estômago físico. Fim!.... CAPÍTULO 50 O LABORATÓRIO DA NATUREZA Responder Encaminhar
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